Reatores de Fusão Nuclear serão a solução?

Reatores de Fusão Nuclear serão a solução?


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Uma alternativa para a produção de energia limpa, que tem sido discutida em muitos países, embora para o Brasil isso tecnologicamente está muito distante,  porém existem grandes investimentos, principalmente na Europa, na área da construção de reatores de fusão nuclear.  Os reatores de fusão nuclear funcionam diferentes dos reatores nucleares que conhecemos hoje.  Os atuais reatores são baseados na fusão do urânio. Quando se quebra o átomo de urânio, ele libera uma enorme quantidade de energia.  

Do ponto de vista de eficiência energética, esses reatores nucleares são muito interessantes, pois uma pequena alguns quilos de urânio conseguem manter uma usina nuclear funcionando, por um longo tempo, chegando até alguns anos.  Porém, como todos nós sabemos, o grande problema são os rejeitos radioativos, que essas usinas geram, sem contar os desastres que podem acontecer quando houver algum problema na usina, como aconteceu em Chernobyl há quase 40 anos atrás, bem como o que ocorreu mais recentemente em há cerca de 14 anos,  no Japão, da usina de Fukushima, que também teve problema de vazamento radioativo.

 No caso das usinas de fusão nuclear, ao contrário de você quebrar um átomo, você funde os átomos.  Esse é o processo que o nosso Sol utiliza para fazer a fusão nuclear.  O Sol converte os núcleos de hidrogênio no seu interior,  devido às suas altas temperaturas no núcleo de hélio.  E nesse processo parte da massa desses núcleos de hidrogênio, que nada mais do que são prótons, se convertem energia, a partir da famosa equação de Einstein, E=mc2,   onde m é a massa e c é a velocidade da luz. Dessa forma, então uma pequena quantidade massa é capaz de gerar uma grande quantidade de energia.  

A fusão nuclear, ela já foi desenvolvida, mas é infelizmente utilizada nas armas nucleares.  As atuais armas nucleares são baseadas na fusão nuclear,  no qual uma bomba convencional feira de urânio, pelo processo de fissão nuclear produz altíssimas temperaturas,  para que provoque a fusão desses núcleos de hidrogênio liberando enorme quantidade energia,  porém nesse caso de forma descontrolada.  

A busca de reatores de fusão nuclear já vem de mais de  50 anos, no desenvolvimento dessa tecnologia.  E ela ainda esbarra em muitos problemas, embora grandes avanços foram feitos.  Contudo, ultimamente algumas pessoas têm apostado que nas próximas décadas poderíamos já ter reatores de fusão nuclear, comerciais, ou seja, produzindo quantidades de energia bastante altas, para substituir nosso atual modelo de produção de energia. 

A grande diferença dos reatores de fusão nuclear é que os resíduos radioativos são muito baixos e há possibilidade de criar muita energia, ou seja, uma energia com um baixo impacto na produção de carbono nesse processo.  Embora alguns projetos têm avançados, como foi o caso do JET, Joint European Torus, que foi desenvolvido por quase 20 anos e terminado em 2023, gerou bastante avanços na pesquisa.  E nesse momento, existe o projeto do ITER, que é um projeto internacional que está na França, justamente para desenvolver ainda um reator de pesquisa para resolver alguns problemas. 





 O detalhe que essas máquinas conseguem produzir a fusão nuclear, porém, elas consomem muita energia.  Até hoje, os resultados da fusão ainda são deficitários, porque o processo de fusão nuclear para ser controlado é muito complexo. É necessário atingir altíssimas temperaturas e não existem materiais para isso.  A alternativa é gerar intensos campos magnéticos para manter a matéria confinada.  Há muitas perspectivas e existem estímulos para imaginar aplicações de fusão além da geração de energia, porém, os últimos resultados indicam que, somente por volta de 2040,  o ITER, que seria a máquina mais desenvolvida para isso,  começará a fazer os primeiros testes de fusão, talvez, com saldos mais positivos.

Essa fonte de energia poderá ser uma grande solução para o nosso mundo, mas não vai resolver o nosso problema imediato do aquecimento global.  Talvez, somente, no final do século XXI, início do século XXII, essa energia talvez esteja disponível para nós.  Portanto, nesse momento, precisamos continuar investindo em outras formas de energia,  como já tem sido desenvolvido a energia solar e a energia eólica para avançarmos e vencer o desafio  da diminuição, da emissão de carbono em nosso planeta,  e como consequência disso, diminuir os efeitos do Aquecimento Global

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