Foi criada a primeira forma de vida sintética?

Foi publicado ontem na Revista Science o trabalho do grupo liderado por J. Craig Venter, no qual uma  bactéria cujo DNA foi montado totalmente a partir de informações progamadas no computador ganha vida e passa a se replicar. A equipe de pesquisadores inseriu um genoma artificial dentro de uma bactéria sem genoma e conseguiu fazer com que essa bactéria passasse a obedecer os comandos do novo genoma. Foi um experimento  de US$ 40 milhões e  levou mais de 10 anos para ser concluído. Dentre as inúmeras possibilidades que se abrem após esse feito é  inserir genomas artificiais em bactérias e, por exemplo, programa-las para  produzirem biocombustíveis, absorverem gás carbônico da atmosfera e até manufaturarem vacinas.O próximo passo que eles vão dar (e que já provavelmente já o fizeram) e a partir de organismos sintéticos descobrir qual o número mínimo de genes necessários para sustentar vida. Isso permitirá criar novas formas de vida, simplesmente adicionando genes a esse genoma mínimo.

Entretanto, o experimento pode ainda não ter realizada a criação de vida artificial,  porque a bactéria receptora ainda foi natural, apenas foi retirado o seu genoma. Seu citoplasma ainda permaneceu  cheio de substâncias próprias. Foi como se tivessem trocado o software no hardware de uma célula.

Esse resultado, impressionante sem dúvida, poderá não apenas modificar a biotecnologia, mas também mudar a nossa concepção sobre o que é vida. Quando surge uma nova grande descoberta surgem os medos, como por exemplo, de se criar um organismo que fuja ao controle do laboratório e se contamine todo o mundo, levando a uma doença incurável e dessimando toda a vida. Quem conhece a série de filmes "Residente Evil" (que já foi adptado de um jogo de videogame)  com certeza pode imaginar que algo semelhante possa acontecer.

De fato, toda nova descoberta pode levar a caminhos ainda não imaginados. Muitas pessoas olham com desconfiança, pois Venter já trabalhava o projeto Genoma Humano e saiu para fazer o seu em paralelo e quis patentar os genes que ele sequenciou, ou seja, ele é um pessoa que não apenas faz ciência, mas também olha para as aplicações com grande retorno financeiro.

Logo outros grupos de pesquisas vão fazer algo semelhante e talvez a um custo muito menor. É claro que uma tecnologia como esta pode ser usada de maneira pacífica ou com fins militares, pois sem dúvida abre uma nova porta para as armas biológicas. Dessa forma, é necessário que todas essas pesquisas sejam feitas pensando também nas consequências éticas.

Eu acho que acabamos de ver um novo marco na Ciência, onde ela deixou de ser ficção e se tornou realidade.

Mais detalhes podem ser vistos na própria Science. O jornalista Marcelo Leite fez um interessante comentário na Folha de S. Paulo de hoje sobre o tema, mas disponível apenas para assinantes

Comentários

  1. Olá Adilson, gostei muito do seu blog, excelentes informações, ficaria muito grato se pudéssemos trocar informações como seguidores.

    Worldnovus.blogspot.com
    Obrigado

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  2. Obrigado pelo comentário... vamos segui-lo

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  3. Anônimo6:07 PM

    mais eu quero sarber onde vc com sigio vc e muito bom

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  4. Anônimo7:22 PM

    Olá Adilson gostei muito do seu bolg..para quem é interessado na ciência como eu. essas são exelentes infomações..Gostei muito de suas informações..obrigada

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