A morte de Arthur Clarke



Na madrugada desta quarta-feira (terça-feira no horário de Brasília) morreu, no Sri Lanka talvez o maior escritor de ficção científica de todos os tempos: Sir Arthur Charles Clarke (1917-2008). Não somente ele deixa como legado mais de 80 livros e centenas de artigos, mas também sua a visão de um futuro melhor, no qual a humanidade encontra um caminho de evolução que leva a um bem estar maior de todas as pessoas. Sem dúvida lembraremos para sempre do filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço, que foi co-roteirizado por ele e por Stanley Kubrick, que virou um marco em 1969, em particular da cena na qual o homem primitivo transforma um pedaço de osso em arma que ao arremessar para o céu nos leva para o futuro em uma espaçonave.

Além disso, muito antes de se imaginar que era possível alcançar as estrelas, ele demonstrou, em 1945, que uma rede formada de pelo menos 3 satélites em órbita geoestacionária, que ocorre quando a velocidade orbital é igual a velocidade de rotação da Terra, permitiria formar uma rede de comunicação mundial. Hoje, passados mais de 60 anos, a comunicação via satélites é de fundamental importância para o mundo. Essa órbita é denominada de órbita de Clarke, em homenagem ao seu propositor.

Muitas outras idéias brilhantes que ele teve possam se concretizar em um futuro. Em particular, em 1979, na obra "The fountains of paradise" apresentou o conceito do elevador espacial - uma estrutura gigante que permitiria o acesso ao espaço sem o uso de foguetes. Como ele mesmo relata no livro 3001 - A odisséia final, não somente um elevador poderia ser construído, mas também cidades espacias localizadas a 36.000 km da superfície. Curiosamente, em 1990 foram descobertos os fulerenos (buckyballs), que é uma forma alotrópica do carbono, que forma uma estrutura semelhante a uma bola de futebol com 60 átomos. Essa estrutura é muito mais resistente que o diamante, que poderá em um futuro talvez ainda distante, ser o material utilizado para realizar a idéia de Clarke.

A visão de Clarke, transmitida por meio de seus escritos, continuará sendo um referencial de futuro. Embora já estamos em 2008 e ainda o monolito negro da cratera de Clausius não entrou em contato com nós, esperamos que algum dia ele (ou qualquer outra forma de comunicação extraterrestre) faça contato com a humanidade. Esse evento, quando ocorrer provavelmente terá um impacto tão grande como a imaginada pelo visionário escritor e quem sabe modifique o nosso caminho para uma direção melhor.

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